Companhia Excêntrica...

                              O post de hoje começa com uma simples chuva...

   

    Estava eu dentro do ônibus coletivo rumo a minha casa, depois de um dia de espera e mais espera no trabalho de minha mãe, tendo como único consolo os contos de Clarice Lispector. Entrei na minha condução com uma sacola das Lojas americanas e me pus a comer meu QUERIDO Wafer da Bauducco, até aí tudo bem...Foi quando me deparei com o céu cinza, quase chovendo, fiquei preocupado porque ia descer na parada seguinte e já começava a chover.

                                     

                                          Desci [...]

    Começou uma chuva torrencial, o vento forte batia no meu rosto, coloquei Clarice (livro) dentro da minha blusa e segui meu rumo... Não aguentei muito e parei em uma loja, foi quando uma senhora puxou papo comigo (Odeio Isso). Perguntou  3 vezes, se já dava pra ir (ela mora aqui perto). Fomos eu e  a senhora, o tempo todo enchendo o saco, até que chegou no ponto dela e segui o meu.

   

   Continuei a andar, rosto pingando, os pingos de chuva batendo em meu rosto, blusa encharcada e Clarice coitada, esmagada entre meu corpo e a blusa cheia de água, fiquei mais preocupado com ela (O livro) do que comigo, rsrs.

Até que em um momento um homem se aproxima com um guarda chuva ENORME, até que senti algo bater forte em minha cabeça, ERA O GUARDA CHUVA, e nos braços do homem sua companhia, uma revista da Playboy.

   Me admirei, carregava aquela revista como se fosse algo banal, que as pessoas já estão acostumadas a ver. A chuva continuava a me molhar e eu sentia aquela sensação boa de liberdade,eu continuei e o homem ficou. Me pus a pensar no que eu tinha e no que ele tinha:

                 

 Eu tinha Clarice, ele tinha a Playboy. Ele tinha um guarda chuva, eu tinha a chuva em mim.

''Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite." (Clarice Lispector)